Quem sabe nunca esquece...

Festival de Reggae
Casa da Música, parque de estacionamento
Dia 29 de Junho
Jamaica All Stars + The Wailers

Jamaica All Stars

Coube ao colectivo jamaicano o primeiro concerto do festival. O espaço, composto por mais de 1500 pessoas, esperava ansiosamente pelos ritmos quentes, vindos do outro lado do Atlântico. E nada melhor para começar do que uma visita às origens do Reggae, Ska e Rocksteady, orientada pelos fundadores da velha escola de Kingstom.
A viagem começou e o público depressa se deixou levar pelas variantes sonoras, e históricas, da música jamaicana. Sparrow Martin, líder da mítica Alpha Boys School, Johnny Moore, fundador dos Skatalites, e Scully Simms mostraram, com uma alegria genuína, que quem sabe nunca esquece. O melhor concerto da noite.
Foram tantas as boas vibrações, que nem a cerveja a dois euros conseguiu inverter o sorriso generalizado.

The Wailers

Os clássicos de Bob Marley chegam, por si só, para transportar a mente para um lugar tranquilo e comum, a todos os que partilham uma filosofia de respeito, paz e amor. Ouvir toda essa harmonia pelos trilhos de quem com ele caminhou – Aston Barret, Junior Marvin, Glen Da Costa e Vin Gordon -, não deixa de ser especial; e nostálgico.
Redemption Song foi, provavelmente, o momento mais alto da noite, e a forma como foi entoado, e sentido, chegou a ser arrepiante. Para mais tarde recordar…
O espectáculo dos The Wailers não foi radioso, mas conseguiu despertar o condão da liberdade. Esse sim, tal como Bob Marley, ainda brilha em todos nós. A presença de três gerações de espectadores, no piso -1, é prova disso mesmo.

Sugestão de encontro: No woman no cry - A minha vida com Bob Marley. De Rita Marley e Hettie Jones. Casa das Letras, 262 páginas; 15 euros.